A professora e fisioterapeuta Karla Castro reúne poemas em obra inédita, será sua primeira publicação literária que pretende lançar ainda este ano.
Radicada em São Luís (MA) há 21 anos, a professora universitária, fisioterapeuta, cearense, Karla Castro Soares tem diversas publicações de cunho acadêmico voltada para sua área de atuação, envelhecimento ativo e longevidade humana. Paralelo a profícua carreira profissional, ela mantém a prática do exercício de uma outra grande paixão, a Poesia.
Karla escreve desde a adolescencia, e vez por outra, em encontros com amigos, shows particulares e no sarau Vinil & Poesia ela permitiu-se apresentar os versos além do seu universo particular. Recebendo o estímulo de várias pessoas através desses encontros, principalmente do amigo, cantor e compositor Tutuca Viana, a possiblidade de uma publicação para registro desses poemas foi tomando concretude. Com a pandemia, limitou-se os encontros presenciais mas, por outro lado, a produção dessa obra foi intensificada, tornou-se um escape para esses dias difícies de isolamento social. Veio então uma oportunidade de participação de dois concursos nacionais, resultando em classificação. Uma antologia poética, onde Karla Castro teve um de seus poemas publicados, intitulado “O nome da Rosa”. E a Seleção Poesia Brasileira, uma edição comemorativa aos 11 anos da Vivara Editora, na série “Novos Poetas”. Foi o ponto de partida para ela dar mais um passo adiante em busca de uma publicação própria, seu próximo livro para estrear como autora na produção literária poética, “Todo o meu sentimento através dos teus olhos”.
Nesse trabalho, Karla Castro deseja contemplar o protagonismo feminino na poesia e também nas ilustrações, um olhar poético contemplativo através de imagens da cidade que a acolheu, e que ela escolheu como morada onde construiu família e lhe serve como inspiração todos os dias. Junto aos seus poemas ela convidou o olhar da fotógrafa ludovicense Silvia Estrela, filha de pai médico e mãe professora, que desde a mais tenra idade esteve em contato com a arte em São Luís, especialmente a música, a literatura e o cinema, cujo incentivo partiu exclusivamente da família.
Karla Castro é fisioterapeuta; formada pela Universidade de Fortaleza, especialista em traumatologia e ortopedia pela Uni ABC-SP e Mestre em Ciências da Motricidade Humana pela Universidade Castelo Branco (2008). Atualmente, doutoranda em odontologia na Uniceuma atuando na linha de pesquisa de disturbios musculoesqueleticos em dentistas do estado do Maranhão. Foi coordenadora do curso de Fisioterapia da Universidade Ceuma-MA do ano de 2010 a 2020. É professora pesquisadora do Núcleo de Pesquisa e Reabilitação Funcional -NUPERF da Universidade Ceuma atuando na linha de pesquisa da autonomia funcional do idoso desenvolvendo estudos nas áreas: Idosos, Prevenção de Quedas e Autonomia funcional. Doutoranda em odontologia com a linha de pesquisa de distúrbios musculoesqueléticos em cirurgiões dentistas do estado do Maranhão.
Destaque aos poemas:
Cores de carvão, cheiro de alecrim e gosto de café coado
Entre o teu nome
E o meu
E essas datas
Existe a possibilidade de uma história,
Como aquelas que se contam antes de dormir
Apenas na intensão de terminar o dia… prazerosamente.
E diferente das comuns
Rebuscadamente lapidadas, justas e grifadas,
A nossa será debulhada e eternizada em letras cruas
Intensas.
Imersas
Através da escrita borrada em nossas peles…vagamente eróticas e nuas.
E nos rabiscos dela
Desenhados em papel de embrulho,
Em que se misturam cores de carvão, cheiro de alecrim e gosto de café coado
Escorrido vagarosamente
Entre as horas que preguiçosas teimam em se arrastar
Bailando…
_ É exatamente ali que quero me enveredar_
Pois se a paixão há de ser assim,
Que seja original e insana a força de você em mim…
Última Visita
E eu adentrava em ti
Lugar tão teu… casa tão minha…
Onde eu amava percorrer todas as vezes,
Milhões de vezes,
Infinitas vezes
Com a ponta dos meus pés descalços e desnudos,
Todos os teus cômodos.
Era como se magia e mistério eles guardassem
E finalmente,
Enfim
E por fim se revelassem
E se mostrassem somente a mim,
No final das portas e antros.
Era o sagrado ritual de tomar posse
Do que sempre esteve meu
Sempre me pertenceu
Sem que eu sequer me desse conta…
Só não sei bem por qual dos cômodos,
Por qual desses malditos cômodos
Consegui me escapulir de ti.
Como também já esqueci a noção de tempo e hora
Da minha última demora.
Da minha última visita a ti…
Da minha última visita a mim…