Itaú Cultural Play homenageia Nelson Rodrigues  

Plataforma celebra os 110 anos de nascimento do escritor e dramaturgo com seleção de filmes adaptados de seus folhetins e peças teatrais. Entre eles, O Beijo no Asfalto,  na versão realizada por Bruno Barreto em 1980, e na mais recente dirigida por Murilo Benício, em 2017, além de  Toda a nudez será castigada, sob direção, em 1972, de Arnaldo Jabor, morto no ano passado. Ainda, a plataforma homenageia Adélia Sampaio, primeira cineasta negra com a inclusão de Amor maldito, uma das obras pioneiras na abordagem da pauta LGBTQ, na coleção Histórias do cinema brasileiro 

 

A partir da sexta-feira dia 2 de dezembro, a Itaú Cultural Play celebra o escritor, jornalista, romancista, teatrólogo, contista e cronista de costumes e de futebol brasileiro Nelson Rodrigues, nascido em 1912. A plataforma coloca em seu catálogo cinco filmes adaptados de obras suas para o cinema. São eles, O beijo no asfalto, nas versões de 1980, realizado por Bruno Barreto, e de 2017, estreia de Murilo Benício na direção; Toda nudez será castigada, com direção de Arnaldo Jabor; Engraçadinha depois dos 30, dirigido por J.B. Tanko, e  Bonitinha, mas ordinária, de J. P. de Carvalho

 

Com mais de 500 títulos de todas as regiões do Brasil e gratuita, a plataforma pode ser acessada pelo site www.itauculturalplay.com.br ou pelo App nos dispositivos móveis Android e IOS.

 

Beijo 

Espécie de precursora das atuais fakenews, o filme O Beijo no asfalto mostra uma injustiça sofrida por Arandir, bancário recém-casado. Em um ato de compaixão, ele beija a boca de outro homem que agoniza na rua, vítima de um atropelamento. Visto pelo seu sogro e um repórter policial sensacionalista, o caso é estampado na imprensa e ganha proporções dramáticas.

Escrita originalmente para encenação do grupo Teatro dos Sete, esta é uma das obras mais emblemáticas de Rodrigues. Estreou em 1961 no Teatro Ginastico, no Rio de Janeiro, com direção de Fernando Torres, produção de Sérgio Britto e direção artística de Gianni Ratto. O elenco era seleto: Fernanda Montenegro, Oswaldo Loureiro, Ítalo Rossi, Suely Franco e, entre outros, os próprios Britto e Torres.

Do palco, a peça migrou para o cinema em um instante, ganhando três versões. A primeira, chamada simplesmente O Beijo, estreou em 1964 sob direção de Flávio Tambellini, com Reginaldo Faria, Norma Blum, Xandó Batista e Jorge Dória no elenco. As outras duas, de mesmo nome da peça, podem ser conferidas na Itaú Cultural Play: a versão de 1980, realizada por Bruno Barreto, com Tarcísio Meira, Ney Latorraca, Lídia Brondi e Christiane Torloni – este é o segundo filme do diretor apresentado na plataforma, o primeiro foi O Casamento de Romeu e Julieta,  que entrou na inauguração e permaneceu em cartaz por um ano. A adaptação mais recente de O Beijo no Asfalto é de 2017 e  marca a estreia de Murílio Benício na direção de um longa-metragem. Tem no elenco Lázaro Ramos, Fernanda Montenegro e Débora Falabella, entre outros.

 

Toda nudez 

Segundo a crítica, Arnaldo Jabor levou às telas a melhor adaptação de um texto de Rodrigues já feita para o cinema: Toda nudez será castigada, no qual Darlene Glória  brilhou no papel da prostituta Geni e que agora pode ser visto ou revisto na Itaú Cultural Play.

Realizado em 1972,o filme entrou em cartaz nos cinemas brasileiros um ano depois e, enquanto conquistava o Urso de Prata do Festival de Berlim, no Brasil a censura tratava de retirá-lo dos cartazes. No mesmo ano, recebeu dois Kikitos no Festival de Gramado, nas categorias de melhor filme e melhor atriz para Darlene e menção especial pela trilha sonora de Astor Piazzolla. Em 2015, entrou na lista dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine)

O longa-metragem conta a história de um homem rico, que encontra uma fita dentro de um gravador ao chegar em sua casa. Nela, Geni, prostituta por quem se apaixonou perdidamente depois da morte da mulher, narra a história subterrânea de sua tragédia amorosa, desesperada e prestes a se suicidar.

 

Engraçadinha 

Dirigido por J.B. Tanko, o drama  Engraçadinha depois dos 30, de 1966, é uma adaptação da segunda parte de Asfalto selvagem, folhetim publicado por Nelson Rodrigues no jornal Última Hora, em 1959. Elogiado pelo próprio dramaturgo pela fidelidade aos pequenos detalhes de sua obra, o filme une tragédias sentimentais com bom humor.

O enredo se desenvolve após Engraçadinha, na pele de Irma Alvarez, mãe de dois filhos, se casar com Zózimo, interpretado por Nestor de Montemar,  e mudar completamente seu estilo de vida, se tornando uma mulher recatada e do lar. No entanto, ela não  esquece um relacionamento que terminou de maneira trágica com o primo, dr. Odorico Quintela. Eles se reencontram por meio de sua filha adolescente, e ela passa a viver entre o medo e o desejo.  Nelson Rodrigues afirmou publicamente, na época, que Engraçadinha existia no mundo real.

 

Bonitinha 

A seleção de filmes da Itaú Cultural Play em homenagem a Nelson Rodrigues é completada por Bonitinha, mas ordinária, filme dirigido em 1963 por J. P. de Carvalho e mais uma das primeiras versões de uma obra do teatro de Nelson Rodrigues para o cinema.

O longa-metragem mostra a história de Heitor Werneck (Ambrosio Fregolente), um milionário que pede para o seu genro Peixoto (André Villon) arranjar o casamento de sua filha Maria Cecília (Lia Rossi), estuprada por três homens desconhecidos, com Edgar (Jece Valadão) humilde trabalhador de sua empresa. O empregado não aceita o compromisso e abandona o emprego, porém, volta atrás por se sentir atraído pela menina. Mas ele também gosta de sua vizinha Rita (Odete Lara), que trabalha fora para cuidar das três irmãs menores e da mãe doente. Enquanto luta para provar que não se vendeu, o rapaz terá novas revelações sobre Rita e Maria Cecília, além de conhecer mais de perto a vida decadente de Heitor e Peixoto.

 

Histórias do Cinema Brasileiro 

Além da mostra dedicada a obra de Nelson Rodrigues, a plataforma homenageia Adélia Sampaio. O filme Amor Maldito, que ela dirigiu em 1984, assa a fazer parte daprateleira que abriga a Coleção Histórias do Cinema Brasileiro. Primeira cineasta negra a dirigir um longa-metragem no país, a diretora também foi pioneira ao abordar a pauta LGBTQ no cinema brasileiro. O roteiro desta produção narra um romance proibido entre duas mulheres em plena ditadura militar no Rio de Janeiro na década de 1970.

Na história, Sueli, interpretada por Wilma Dias, é uma modelo que sonha em chegar à televisão e Fernanda (Monique Lafond) é uma bem-sucedida funcionária de uma empresa vivem um romance. Mas a primeira, no desejo de construir sua carreira, tem um caso um jornalista. Tempos depois, desiludida, ela se suicida. Após a tragédia, Fernanda é acusada de ter matado a companheira.

 

 

SERVIÇO:  

Itaú Cultural Play 

A partir de 2 de dezembro, sexta-feira
Em www.itauculturalplay.com.br  

MOSTRA NELSON RODRIGUES NO CINEMA 

 

O Beijo no Asfalto (1980) 

De Bruno Barreto

Duração: 80 minutos

Classificação indicativa: 14 anos (violência e insinuações de sexo)

 

O Beijo no Asfalto (2017) 

De Murilo Benício

Duração: 102 minutos

Classificação indicativa: 12 anos (drogas lícitas, violência e conteúdo sexual)

 

Toda nudez será castigada (1972) 

De Arnaldo Jabor

Duração: 103 minutos

Classificação indicativa: 16 anos (violência e sexo)

 

Engraçadinha depois dos 30 (1966) 

De J.B. Tanko

Duração: 95 minutos

Classificação indicativa: 12 anos (drogas lícitas, violência e conteúdo sexual)

 

Bonitinha, mas ordinária (1963) 

De J. P. de Carvalho
Duração: 115 min

Classificação indicativa: 16 anos (drogas, violência e conteúdo sexual)

HISTÓRIAS DO CINEMA BRASILEIRO 

 

Amor maldito (1984) 

De Adélia Sampaio

Duração: 80 minutos

Classificação indicativa: 16 anos (violência, drogas lícitas e nudez)

 

Itaú Cultural   

www.itaucultural.org.br 
www.twitter.com/itaucultural 
www.facebook.com/itaucultural 
www.youtube.com/itaucultural  

 

(Com informações da Assessoria)

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DIÁRIO DE BORDO NO JP

Vanessa Serra é jornalista. Ludovicense, filha de rosarienses.

Bacharel em Comunicação Social – habilitação Jornalismo, UFMA; com pós-graduação em Jornalismo Cultural, UFMA.

Atua como colunista cultural, assessora de comunicação, produtora e DJ. Participa da cena cultural do Estado desde meados dos anos 90.

Publica o Diário de Bordo, todas as quintas-feiras, na página 03, JP Turismo – Jornal Pequeno.

É criadora do “Vinil & Poesia” que envolve a realização de feira, saraus e produção fonográfica, tendo lançado a coletânea maranhense em LP Vinil e Poesia – Volume 01, disponível nas plataformas digitais. Projeto original e inovador, vencedor do Prêmio Papete 2020.

Durante a pandemia, criou também o “Alvorada – Paisagens e Memórias Sonoras”, inspirado nas tradições dos folguedos populares e lembranças musicais afetivas. O programa em set 100% vinil, apresentado ao ar livre, acontece nas manhãs de domingo, com transmissões ao vivo pelas redes sociais e Rádio Timbira.

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