Para comemorar seu segundo ano em atividade, a plataforma de streaming gratuita de cinema brasileiro disponibiliza obras de três grandes festivais do país. Dedicada exclusivamente ao cinema e audiovisual produzidos no Brasil, a IC Play abre cada vez mais espaço à programação de eventos da área, se tornando um ponto de referência na disponibilização de conteúdos destes eventos, favorecendo o acesso a essas produções de qualquer região do país
A Itaú Cultural Play comemora seu aniversário de dois anos no Dia do Cinema Brasileiro, 19 de junho, fortalecendo um de seus propósitos principais: tornar acessíveis filmes exibidos em festivais de cinema, que na maioria das vezes não chegam ao grande público, por estarem restritos às suas cidades. Desta forma, a plataforma tem oferecido ao público as programações oficiais desses eventos.
A partir do dia 15 de junho, disponibiliza obras cinematográficas de três importantes festivais do circuito, em simultâneo com a sua realização: 15º In-Edit – Festival Internacional do Documentário Musical, parceiro da plataforma pelo segundo ano consecutivo; o 12º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba e a 18ª CineOP –Mostra de Cinema de Ouro Preto, ambos transmitidos pela primeira vez na IC Play.
O acesso à programação é via o site www.itauculturalplay.com.br e dispositivos móveis Android e IOS.
In-Edit
Em sua 15ª edição, o In-Edit – Festival Internacional do Documentário Musical apresenta programação com muita música e histórias para contar. Famoudou Konaté – O rei do Djembe, de André Piruka e Billy Konate, por exemplo, conecta Brasil e Guiné Bissau, na África, por meio da trajetória de Famoudou Konaté, universalmente respeitado como um dos melhores bateristas mestres de djembe – um tipo de tambor – do mundo. A obra é um dos seis filmes desta programação que o público encontra na Itaú Cultural Play entre os dias 15 e 25 de junho
Ainda seguindo a ligação entre os dois países, Agudás (SP), com direção de Luiza Fernandes e Renata Amaral, se passa em Porto Novo, capital do Benin, na África Ocidental, e fala sobre os descendentes de africanos escravizados no Brasil que retornaram ao seu país natal e dão nome ao filme.
A Bahia está representada por três filmes: o Reggae resistência, de Cecilia Amado e Pablo Oliveira, sobre a história do estilo musical no Recôncavo Baiano, contado por nomes importantes da cena local, como os músicos Edson Gomes e Nengo Vieira. Tem também o Ijó Dudu, memórias da dança negra na Bahia, de José Carlos Arandiba (Zebrinha), uma denúncia poética, contada pelas vivências e saberes das mestras e mestres pioneiros da dança negra na Bahia.
Se une a eles Volta ao mundo, Kamará, de Eduardo Tosta e Karol Azevedo, que registra os jovens músicos da Neojiba – projeto baiano dedicado a orquestras juvenis que, logo após o enfraquecimento da pandemia de Covid-19, retornam à Europa para apresentar a primeira obra erudita que reúne berimbau e orquestra.
Arruma um pessoal pra gente botar uma macumba num disco, de Chico Serra, é o único filme que, excepcionalmente, estará na aba do In-Edit somente nos dias 24 e 25. No entanto, ele também integra o catálogo do CineOP, com acesso liberado entre 27 de junho e 9 de julho. É uma obra carioca que apresenta imagens raras, gravações antigas e depoimentos de pesquisadores e descendentes, a fim de investigar os primeiros discos de macumba introduzidos por Getúlio Marinho – uma das principais figuras do samba brasileiro – no início da indústria fonográfica no Brasil, e a influência das religiões afro-brasileiras no samba e na cultura popular do país a partir dos anos 1920.
Olhar de Cinema
O paranaense, Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, tem como objetivo destacar e celebrar o cinema independente realizado por meio da seleção oficial de filmes. As propostas são estéticas inventivas, envolventes e com comprometimento temático, abrangendo desde a abordagem de inquietações contemporâneas acerca do microuniverso cotidiano de relacionamentos, até interpretações e posicionamentos sobre política e economia mundial.
Entre os recortes dos três festivais exibidos neste mês dentro da Itaú Cultural Play, este é o que conta com mais filmes na plataforma: 19 obras divididas em três mostras, a Competitiva Brasileira, com sete obras, Mirada Paranaense e Pequenos Olhares, ambas com seis. O acesso a eles é de 20 de junho a 4 de julho.
Os experimentais Virtual Genesis (DF), de Arthur B. Senra, e Apocalypses repentinos (CE), de Pedro Henrique, estão dentro da mostra Competitiva Brasileira – com curtas e longas-metragens. O primeiro aborda uma temática em voga na atualidade: a inteligência artificial. O segundo se utiliza de um tom metalinguístico, regado por música e cinefilia, guiado por um monólogo de uma jovem cineasta que conversa com a câmera-público sobre seus anseios.
O mar também é seu, de Michelle Coelho, e Thuë pihi kuuwi – Uma mulher pensando, dirigido por Aida Harika Yanomami, são documentários de São Paulo. Eles tratam, respectivamente, do diálogo das memórias e realidade de mulheres que sofreram aborto ao redor do mundo; e do saber ancestral indígena sobre o preparo da Yãkoana, alimento dos espíritos.
A mostra Competitiva também é composta por ficções. Conta com o mineiro Ramal, de Higor Gomes, sobre jovens da periferia de Sabará, em Minas Gerais e suas motocicletas, e As inesquecíveis (DF), de Rafaelly Godoy, que faz um paralelo das vidas trans e travestis com a vida e sobrevivência da onça pintada.
Os filmes Só por hoje, de Stilo Eustachio; A trilha sonora de um bairro, de Carlos Alberto Moura; Midríase, de Eduardo Monteiro; Blackout, de Rodrigo Grota; Pixo na cidade modelo, de Willian Germano, e Pés que sangram, de Roberta Takamatsu, compõem a mostra Mirada Paranaense. Esse pacote é voltado para a produção do estado do Paraná.
A jornada de um grupo de homens no tratamento da dependência química é o enredo do documentário Só por hoje. Por sua vez, A trilha sonora de um bairro faz um mergulho social, cultural e político pela Cidade Industrial de Curitiba, por meio do rap. O filme universitário Midríase coloca em protagonismo – entre stop-motion e live-action – dois seres que residem em um mundo isolado e artificializado.
Blackout se passa em um futuro incerto, no qual Maya ajuda Yuri a procurar pela sua mãe nas ruínas de um hotel destruído por um meteoro. Pixo na cidade modelo explana como a pichação acontece, seus fenômenos, motivações e personagens em Curitiba. Por fim, Pés que sangram é uma ficção que mostra a busca das irmãs Clara e Aurora por respostas sobre sua mãe.
A última mostra presente na programação deste festival na Itaú Cultural Play é a Pequenos Olhares, dedicada às crianças. São seis filmes disponíveis de diferentes estados, como Bahia, Alagoas, São Paulo e Rio de Janeiro. Com direção de Camila Ribeiro, Jussara (BA) relata quando as narrativas de uma contadora de histórias de uma pequena vila invadem sua casa. O alagoano Diafragma, de Robson Cavalcante, aborda a cegueira causada pela diabetes e resiliência para enfrentar as dificuldades decorrentes da doença.
Em Teo, o menino azul (SP), de Hygor Amorim, o garoto que dá nome ao filme tem uma ideia fantástica para resolver o egoísmo e os problemas do mundo e trazer a paz ao planeta. Thomas Larson é o diretor de Coelhitos e Gambazitas, também de São Paulo. Nele, o assunto é a educação dos filhos em uma era mediada pelos eletrônicos. A menina e o mar, de Gabriel Mellin, conta a história de duas crianças que tem formas completamente diferentes de enxergar o mundo.
As vivências ruins de um gato preto azarado, que estava sempre de mau humor até conhecer um otimista vira-lata caramelo, fazem parte do filme De miau a pior (SP), de Rodrigo Toporov.
CineOP
A CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto é pioneira desde sua criação, em 2006, no enfoque da preservação audiovisual, história, educação e no tratamento do cinema como patrimônio. Nesta edição, conta com pré-estreias nacionais e retrospectivas, homenagens, seminário, debates, oficinas, sessões cine-Escola, mostrinha de cinema, exposições, cortejo, shows musicais e atrações artísticas, além da realização do 18º Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros e do Encontro da Educação: XV Fórum da Rede Kino.
O festival fica no ar na IC Play de 27 de junho e 9 de julho. Arruma um pessoal pra gente botar uma macumba num disco, de Chico Serra, que participa do In-Edit, também pode ser visto na mostra de Ouro Preto. Junto a ele está a produção carioca A jornada do Valente, dirigido por Rodrigo de Janeiro – um documentário sobre Assis Valente, compositor lendário dos anos 1930.
A bata do milho (BA), dirigido por Eduardo Liron, se passa na região de Serra Preta, sertão da Bahia, com famílias de trabalhadores rurais mantendo viva a tradição ancestral dos cantos de trabalho durante o cultivo do milho. O mineiro O lugar mais seguro do mundo, de Aline Lata e Helena Wolfenson, fala sobre a transformação da vida de Marlon depois que sua cidade foi soterrada pelo rompimento de uma barragem de rejeitos de minério.
Filmado em Volta Grande (MG), Brasilianas: Cantos de trabalho – Música Folclórica Brasileira, de Humberto Mauro, é baseado no ritmo de músicas inspiradas nas atividades do trabalho, como o canto do pilão, do barqueiro e da pedra. Já o filme de Flavio Tambellini, Tim Maia (RJ), mistura reflexões com música, em uma linguagem antiacadêmica, no swing do cantor.
Trem do soul, igualmente do Rio de Janeiro e de Clementino Jr., segue uma linha do tempo e traça uma cartografia memorial e afetiva de um movimento jovem, preto e periférico que mexeu com corações, corpos, mentes e até com as fardas na década de 1970, na região metropolitana da capital carioca.
SERVIÇO:
Itaú Cultural Play – Aniversário de dois anos
Em www.itauculturalplay.com.br
PROGRAMAÇÃO: 15º In-Edit – Festival Internacional do Documentário Musical
De 15 a 25 de junho, com exceção do filme Arruma um pessoal pra gente botar uma macumba num disco, disponível dentro do festival somente nos dias 24 e 25.
Famoudou Konaté – O rei do Djembe (2023_Documentário_Brasil/ Guiné)
De André Piruka e Billy Konate
Duração: 78 min
Classificação indicativa: AL
Reggae resistência (2023_Documentário_Bahia)
De Cecilia Amado e Pablo Oliveira
Duração: 60 min
Classificação indicativa: A14
Ijó Dudu, memórias da dança negra na Bahia (2022_Documentário_Bahia)
De José Carlos Arandiba (Zebrinha)
Duração: 84 min
Classificação indicativa: AL
Agudás (2023_Documentário_São Paulo)
De Luiza Fernandes e Renata Amaral
Duração: 14 min
Classificação indicativa: AL
Arruma um pessoal pra gente botar uma macumba num disco
(2023_Documentário_Rio de Janeiro)
De Chico Serra
Duração: 20 min
Classificação indicativa: AL
Volta ao mundo, Kamará (2023_Documentário_Bahia)
De Eduardo Tosta e Karol Azevedo
Duração: 27 min
Classificação indicativa: AL
PROGRAMAÇÃO: 12º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba
MOSTRA COMPETITIVA BRASILEIRA
Virtual genesis (2023_Experimental_Distrito Federal)
De Arthur B. Senra
Duração: 8 min
Classificação indicativa: AL
Apocalypses repentinos (2022_ Experimental_Ceará)
De Pedro Henrique
Duração: 17 min
Classificação indicativa: A16
O mar também é seu (2022_Documentário_São Paulo)
De Michelle Coelho
Duração: 21 min
Classificação indicativa: A14
Ramal (2023_Ficção_Minas Gerais)
De Higor Gomes
Duração: 16 min
Classificação indicativa: A14
As Inesquecíveis (2023_Ficção_Distrito Federal)
De Rafaelly Godoy
Duração: 7 min
Classificação indicativa: A14
Thuë pihi kuuwi – Uma mulher pensando (2023_Documentário_São Paulo)
De Aida Harika Yanomami
Duração: 9 min
Classificação indicativa: AL
MOSTRA MIRADA PARANAENSE
Só por hoje (2023_Documentário_Paraná)
De Stilo Eustachio
Duração: 24 min
Classificação indicativa: AL
A trilha sonora de um bairro (2023_Documentário_Paraná)
De Carlos Alberto Moura
Duração: 13 min
Classificação indicativa: A10
Midríase (2022_Experimental_Paraná)
De Eduardo Monteiro
Duração: 7 min
Classificação indicativa: A10
Blackout (2022_Ficção_ Paraná)
De Rodrigo Grota
Duração: 15 min
Classificação indicativa: A12
Pixo na cidade modelo (2023_Documentário_ Paraná)
De Willian Germano
Duração: 22 min
Classificação indicativa: A14
Pés que sangram (2022_Ficção_Paraná)
De Roberta Takamatsu
Duração: 14 min
Classificação indicativa: A10
MOSTRA PEQUENOS OLHARES
Jussara (2023_Animação_Bahia)
De Camila Ribeiro
Duração: 9 min
Classificação indicativa: AL
Diafragma (2023_ Animação_Alagoas)
De Robson Cavalcante
Duração: 10 min
Classificação indicativa: A10
Teo, o menino azul (2022_ Animação_São Paulo)
De Hygor Amorim
Duração: 10 min
Classificação indicativa: AL
Coelhitos e Gambazitas (2022_Animação_São Paulo)
De Thomas Larson
Duração: 10 min
Classificação indicativa: AL
A menina e o mar (2022_Ficção_Rio de Janeiro)
De Gabriel Mellin
Duração: 19 min
Classificação indicativa: AL
De miau a pior (2022_Animação_São Paulo)
De Rodrigo Toporov
Duração: 5 min
Classificação indicativa: AL
PROGRAMAÇÃO: 18ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto
Arruma um pessoal pra gente botar uma macumba num disco
(2023_Documentário_Rio de Janeiro)
De Chico Serra
Duração: 20 min
Classificação indicativa: AL
A jornada do Valente (2022_Documentário_Rio de Janeiro)
De Rodrigo de Janeiro
Duração: 15 min
Classificação indicativa: A12
A bata do milho (2023_ Documentário_Bahia)
De Eduardo Liron
Duração: 16 min
Classificação indicativa: AL
O lugar mais seguro do mundo (2022_ Documentário_Minas Gerais)
De Aline Lata e Helena Wolfenson
Duração: 71 min
Classificação indicativa: A16
Brasilianas: Cantos de trabalho – Música Folclórica Brasileira
(1955_Documentário_Minas Gerais)
De Mauro Humberto
Duração: 10 min
Classificação indicativa: AL
Tim Maia (1987_Documentário_Rio de Janeiro)
De Flávio R. Tambellini
Duração: 15 min
Classificação indicativa: A10
Trem do Soul (2021_Documentário_Rio de Janeiro)
De Clementino Jr.
Duração: 83 min
Classificação indicativa: A10
Itaú Cultural
(Da redação com informações da Assessoria)