Exposição inédita do Centro Cultural Vale Maranhão revela Elke Maravilha além dos palcos

Projeto presenteia o público com um resgate minucioso e completo do acervo pessoal da artista, com imagens e histórias nunca vistas

Sagrada, profana, santa, diaba: todas as Elkes em um único lugar. Uma Elke muito além do que pôde ser visto na TV ou onde quer que ela tenha estado em todos os seus anos de carreira. Essa é a proposta da mostra inédita ELKE, que vai ocupar o Centro Cultural Vale Maranhão a partir de 17 de maio e reverenciar uma das figuras mais icônicas e enigmáticas da cena artística brasileira.

Com curadoria de Gabriel Gutierrez e Ubiratã Trindade, a exposição histórica – e não-biográfica – é uma homenagem e agradecimento ao legado deixado por Elke Maravilha em diversos campos da criação humana: na moda, na indumentária, na cultura popular, no teatro, no cotidiano, na fé e nas lutas de gênero e das minorias. A exposição sublinha principalmente a filosofia e ética que Elke propôs para a vida. Para isso, todo acervo fotográfico da artista foi digitalizado, trazendo ao público imagens inéditas, que só os mais próximos tiveram acesso.

“Da criação estética explícita de Elke, nasce uma ética construída para dar luz a tudo que pudesse ter um significado. Esta exposição é um tributo a essa visão, focada em Elke enquanto artista e pensadora. Elke propôs uma forma de estar no mundo única. E para além, compartilhou e esclareceu de forma generosa seu pensamento sobre temas diversos como a morte, o masculino e o feminino, o papel da comunicação de massa e a criação estética para quem quisesse ouvir. Elke colocava a percepção das coisas de cabeça para baixo, e assumia o lugar de farol, já que se expressava sobre assuntos que, em sua época, eram considerados tabus”, afirma Gabriel.

 

Suas indumentárias, que foram minuciosamente restauradas, ocupam boa parte dos espaços da exposição e prometem mexer com o imaginário do público. Elke se inspirava no Carnaval, nas travestis e drag queens, no reino das crianças e dos animais, no circo, nas culturas distantes, e em tudo o que pudesse significar, para se montar dos pés à cabeça com maquiagem, peruca, roupas, adereços, movimentos, feições e, principalmente, palavras. Seja por meio de retratos pintados, gravuras, fotografias ou vídeos, Elke gostava de destacar o que há de mais expressivo no corpo: a cabeça. Os closes se fechavam no rosto, onde estão as emoções do maravilhamento e do desagrado, onde o olhar atrai a todos.

 

Entre os itens, peças criadas com a colaboração de gerações de estilistas, maquiadores, cabeleireiros, aderecistas e fornecedores que mantinham uma relação íntima de amizade e troca com a artista: Zuzu Angel, Clodovil, Markito, Fernando Pires, Silvinho, Breno Beauty, Walério Araújo e tantos outros.

 

Do início na moda aos júris na televisão

 

A exposição traz mais de 210 fotos da carreira de Elke, desde o começo na moda – com desfiles dos estilistas Guilherme Guimarães e Zuzu Angel, e editoriais para revistas –, passando por sua presença no Carnaval, pela carreira no teatro e no cinema, até os programas de auditório de Chacrinha e Silvio Santos. Entre as imagens, também há registros de Elke pertencentes ao Instituto Moreira Salles, feitos pelo fotógrafo David Zingg, que capturou com maestria a essência poética da atuação da artista. Além do conteúdo fotográfico, vídeos de entrevistas e de participações na TV, e trechos do show “Elke canta e conta” – produzido em comemoração aos 70 anos da artista – compõem a mostra.

 

Outro destaque é o altar que Elke Maravilha manteve durante sua vida, sem distinção de credo ou religião. Para ela, o altar sempre foi o reflexo do que somos e de como nos enxergamos e nos apresentamos ao mundo. Por isso, uniu objetos e imagens contraditórias, que, juntos, expressam a visão da artista. Dos gnomos aos colares que ora adornavam seu peito, de Jesus Cristo à chaleira da avó, de Chacrinha a Buda, da boneca Emília a Exu, cada objeto foi matéria que alimentou e constitui o gene da artista.

 

A Exposição ELKE fica em cartaz no Centro Cultural Vale Maranhão, de terça a sábado, das 10h às 19h, até o dia 30 de setembro. E, em breve, estará disponível para todo o Brasil por meio de um tour virtual no site da instituição (ccv-ma.org.br).

 

Serviço

O quê: Exposição ELKE

Quando: Abertura 17 de maio, às 19h. Visitação: 18 de maio a 30 de setembro

Onde: Centro Cultural Vale Maranhão, na Av. Henrique Leal, 149, Centro Histórico.

Informações: 98 98143-6143 |E-mail: comunicacao@ccv-ma.org.br

Sobre o Centro Cultural Vale Maranhão

O Centro Cultural Vale Maranhão é um espaço cultural mantido pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com o objetivo de contribuir na democratização do acesso à cultura e valorização das mais diversas manifestações e expressões artísticas da região.

 

(Texto/Reprodução: Assessoria)

 

Vanessa Serra é Jornalista. Ludovicense, filha de rosarienses.

Bacharel em Comunicação Social – habilitação Jornalismo, UFMA; com pós-graduação em Jornalismo Cultural, UFMA.

Assessora de Imprensa e Comunicação.

Pesquisadora musical e entusiasta da Cultura do Vinil/DJ.

Antes de dedicar-se ao conteúdo on-line, publicou o Diário de Bordo, na mídia impressa, por 25 anos. Marcou também sua atuação profissional, por 20 anos, desenvolvendo estratégias de produção e roteiro de programas de rádio e TV, com foco em entretenimento.

É criadora do projeto “Vinil & Poesia” com ações diversas, incluindo feira, saraus e produção fonográfica. Lançou a coletânea maranhense Vinil e Poesia – Vol. 1, em mídia física (LP) e plataformas digitais, reconhecida no Prêmio Papete 2021.

Em 2020, idealizou o programa “Alvorada – Paisagens e Memórias Sonoras”, inspirado nas tradições dos folguedos populares e lembranças musicais afetivas. Dentre as realizações, produz bailes e circuitos, a partir do Alvorada que tem formato original e inovador, 100% vinil, apresentado, ao ar livre, nas manhãs de domingo, com transmissão nas redes sociais e na Rádio Timbira FM.

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