Associação Oceanos e Itaú Cultural abrem inscrições para a edição de 2023 do Oceanos

Selma Caetano, gestora cultural luso-brasileira.

 

Entre 6 de março e 9 de abril, autores e editores de qualquer país podem inscrever livros originalmente escritos em português e publicados em primeira edição em 2022. Há novidades neste ano. Uma delas é que a premiação passa a destacar dois vencedores: um de poesia; outro de prosa/dramaturgiaOutra, é o aumento do prêmio.

As inscrições para o Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa para 2023, abrem no dia 6 de março, a partir das 12h (horário de Brasília), e vão até 9 de abril, às 23h59. Podem ser inscritos romance, livro de poesia, conto, crônica e dramaturgia, editados em qualquer lugar do mundo, desde que escritos originalmente em língua portuguesa e publicados entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2022.

Pela primeira vez, este ano o prêmio terá inscrições divididas em duas listas, uma de poesia, outra de prosa (romance, conto, crônica) e dramaturgia, contando com júris específicos para a avaliação das obras. Em decorrência dessa novidade, a premiação passa a ter dois vencedores, um para cada lista. Semifinalistas e finalistas continuam sendo anunciados ao longo do ano, sempre em duas listas.

“O prêmio Oceanos tem organicidade e deixa ainda mais translúcida a diversidade dos povos e nações que conferem à nossa língua a sua força e beleza. Por isso o Oceanos precisa e é vocacionado a se adequar e ampliar os horizontes de todos as formas de escrever literatura em língua portuguesa”, observa Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú, que congrega o Itaú Cultural, Itaú Social e Itaú Educação. “Criar  uma categoria específica para poesia e outra para prosa/dramaturgia surgiu naturalmente, uma vez que ela tem linguagem muito própria em relação às demais”, completa.

Para o curador brasileiro da premiação, Manuel da Costa Pinto, a decisão de criar dois grandes campos para esta premiação também ocorreu naturalmente. “Após vários anos durante os quais livros de diferentes gêneros concorriam entre si, esta decisão decorre de uma percepção, consensual na teoria literária, de que a criação poética aponta para um trabalho formal diferente daquele que encontramos nas demais linguagens”, diz. “É claro que isso não cancela a avaliação do uso de recursos poéticos na prosa, da dramaturgia na poesia etc., mas contaremos com jurados plenamente capazes de contemplar também esse aspecto, tão presente na produção contemporânea”, conclui.

A mudança na premiação também foi saudada pela crítica literária Eliane Robert Moraes. “É uma decisão muito bem-vinda. A poesia e prosa são, de fato, dois continentes que, feitos da mesma matéria sensível, apresentam topografias próprias. Ainda que por vezes se toquem (poema em prosa, prosa poética), em geral demandam atenção particular às suas especificidades de fundo e forma”, diz ela para concluir: “ com a nova configuração, ganha em relevância o prêmio, os premiados e sobretudo a literatura em língua portuguesa.”

 

Valor aumentado 

Outra novidade diz respeito ao valor da premiação, que passa a ser de R$ 300 mil, divididos entre os vencedores de poesia e de prosa/dramaturgia – R$ 150 mil, para cada um. Todo o processo da premiação é acompanhado de perto pelos curadores Manuel da Costa Pinto, do Brasil, Isabel Lucas, de Portugal, Nataniel Ngomane, de Moçambique, e Matilde Santos, de Cabo Verde, com coordenação da gestora cultural luso-brasileira de Selma Caetano.

Neste ano, ainda, o anúncio dos vencedores, em dezembro, volta a ser feito a partir do Brasil, onde não era realizado desde 2019. Em 2020, a transmissão foi on-line, devido à pandemia de covid-19. Em 2021, a cerimônia aconteceu em Portugal, seguido de Moçambique, no ano passado.

O link para as inscrições e o regulamento completo estão disponíveis no site https://itaucultural.org.br/oceanos. A inscrição é gratuita e totalmente on-line.

 

Ampliação em Moçambique 

A edição 2022 do Oceanos teve 2.452 livros inscritos publicados em sete países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Estados Unidos, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal. O anúncio dos três vencedores – a portuguesa Alexandra Lucas Coelho, o moçambicano João Paulo Borges Coelho e a brasileira Micheliny Verunschk – aconteceu em Maputo, capital de Moçambique, país que vive um momento literário de grande dinamismo, com uma nova geração de escritores e editores. Não por acaso, Moçambique foi o país do continente africano com mais obras inscritas, 31, um recorde na história da premiação.

“Moçambique vive hoje uma dinâmica muito curiosa, muito interessante daquilo que é produção literária, sobretudo em camadas jovens das zonas urbanas. Acho que a [maior] presença de candidatos já reflete esse movimento”, disse o escritor moçambicano Mia Couto durante a entrega da premiação em 2022. Pensando nisso, o Ministério da Cultura e do Turismo de Moçambique firmou uma parceria com a Associação Oceanos para ampliação do alcance do Prêmio em todo país e no continente africano, assim como para o desenvolvimento do universo do livro em Moçambique.

 

Parcerias 

O Oceanos é realizado via Lei de Incentivo à Cultura, pelo Ministério da Cultura, e conta com o patrocínio do Banco Itaú e da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas da República Portuguesa; o apoio do Itaú Cultural, do Ministério da Cultura e do Turismo de Moçambique, do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde; e o apoio institucional da CPLP. O Prêmio Oceanos é administrado pela Associação Oceanos e pelo Itaú Cultural.

 

(Da redação com reprodução da Assessoria)

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Vanessa Serra é jornalista. Ludovicense, filha de rosarienses.

Bacharel em Comunicação Social – habilitação Jornalismo, UFMA; com pós-graduação em Jornalismo Cultural, UFMA.

Atua como colunista cultural, assessora de comunicação, produtora e DJ. Participa da cena cultural do Estado desde meados dos anos 90.

Publica o Diário de Bordo, todas as quintas-feiras, na página 03, JP Turismo – Jornal Pequeno.

É criadora do “Vinil & Poesia” que envolve a realização de feira, saraus e produção fonográfica, tendo lançado a coletânea maranhense em LP Vinil e Poesia – Volume 01, disponível nas plataformas digitais. Projeto original e inovador, vencedor do Prêmio Papete 2020.

Durante a pandemia, criou também o “Alvorada – Paisagens e Memórias Sonoras”, inspirado nas tradições dos folguedos populares e lembranças musicais afetivas. O programa em set 100% vinil, apresentado ao ar livre, acontece nas manhãs de domingo, com transmissões ao vivo pelas redes sociais e Rádio Timbira.

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