Escola Itaú Cultural lança curso autoformativo voltado para as tradições culturais e religiosas da festa popular de Cosme e Damião

Lucas Bártolo (foto: Lucas Kakuda)

Ministrado pelo antropólogo e pesquisador Lucas Bártolo, o curso aborda a história da festa, sua relação com a comida e com o imaginário infantil ao celebrar os santos gêmeos no Brasil. Trata, também, das diferentes formas de comemorar dentro do ciclo de celebração da infância, estendido de setembro a outubro no calendário das festas populares brasileiras

A Escola Itaú Cultural www.escola.itaucultural.org.br lança o curso autoformativo Festejos populares: Cosme e Damião. As aulas são voltadas a educadores, estudiosos das artes e interessados em geral. Previamente gravadas e disponíveis por tempo indeterminado na plataforma, a partir da celebração de Cosme e Damião, elas apresentam as diferentes tradições culturais e religiosas ligadas a eles.

A formação tem carga horária de duas horas, que podem ser cumpridas a partir da livre definição do participante. Abordam os seguintes temas: os festejos populares e sua relação com a vida cotidiana; as principais celebrações do ciclo das crianças; a história de Cosme, Damião e Doum, irmão deles, e os diferentes contextos culturais de sua devoção; e a importância dos alimentos nos festejos e na cultura. Ao final do curso, os participantes recebem um certificado, de acordo com o regulamento da Escola Itaú Cultural.

Santos gêmeos, cultura e religiosidade

O curso Festejos populares: Cosme e Damião busca ampliar o conhecimento não só a respeito destes dois santos, mas também sobre os contextos nos quais se desenvolvem as celebrações, dando luz a entidades associadas a eles, seus cultos e festejos no país.

Sendo uma das mais expressivas da religiosidade brasileira, a devoção a Cosme e Damião está presente em tradições religiosas como o catolicismo, o candomblé, a umbanda e a doutrina do santo-daime e associada à cura e à infância no imaginário popular. Assim, o curso mostra as diversas formas de festejá-los dentro de um ciclo de celebração da infância, estendido de setembro a outubro no calendário das festas populares brasileiras: além do Dia de Cosme e Damião, comemora-se o Dia das Crianças, em 12 de outubro, e o Dia de Crispim e Crispiniano, no dia 25 do mesmo mês.

O material disponibilizado conta, também, com um podcast tratando das comidas da festa em diferentes contextos culturais em que os santos são festejados. A oferta de comidas é uma das características das celebrações de Cosme e Damião, sendo um elemento de sociabilidade da festa, podendo ocorrer por meio da distribuição de saquinhos de doce ou da preparação de alimentos como caruru.

O curso avança, chegando a figuras como o irmão deles, Doum. O personagem é o fio condutor para um aprofundamento na associação entre as tradições de matriz africana e católica, uma vez que tem origem iorubá – Idowú é aquele que nasce depois dos gêmeos –, assim como representações na iconografia e nas cantigas populares.

Sobre o professor

Lucas Bártolo é graduado e mestre em ciências sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutorando em antropologia social no Museu Nacional da mesma instituição (MN/UFRJ). É pesquisador do Laboratório de Antropologia do Lúdico e do Sagrado (Ludens/UFRJ), com projetos de pesquisa, extensão e exposição. No Instituto de Estudos da Religião (ISER), atua como editor assistente do periódico científico Religião & Sociedade. Possui especialização em antropologia da religião e da cultura popular, privilegiando, em seus estudos, o universo das festas e da cultura material.

Além de manifestações carnavalescas, desde 2013 pesquisa a devoção aos santos Cosme e Damião e coorganizou o livro Doces santos: devoções a Cosme e Damião (2020). Ao lado de escolas de samba do Rio de Janeiro, participou da revitalização do Centro de Memória Verde e Rosa, da Estação Primeira de Mangueira. Recentemente, suas fotografias fizeram parte da exposição Semba/samba: corpos e atravessamentos, no Museu do Samba, no Rio de Janeiro.

SERVIÇO:

ESCOLA ITAÚ CULTURAL 

Curso autoformativo Festejos populares: Cosme e Damião

Lecionado pelo antropólogo e pesquisador Lucas Bártolo.

Disponível em www.escola.itaucultural.org.br

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DIÁRIO DE BORDO NO JP

Vanessa Serra é jornalista. Ludovicense, filha de rosarienses.

Bacharel em Comunicação Social – habilitação Jornalismo, UFMA; com pós-graduação em Jornalismo Cultural, UFMA.

Atua como colunista cultural, assessora de comunicação, produtora e DJ. Participa da cena cultural do Estado desde meados dos anos 90.

Publica o Diário de Bordo, todas as quintas-feiras, na página 03, JP Turismo – Jornal Pequeno.

É criadora do “Vinil & Poesia” que envolve a realização de feira, saraus e produção fonográfica, tendo lançado a coletânea maranhense em LP Vinil e Poesia – Volume 01, disponível nas plataformas digitais. Projeto original e inovador, vencedor do Prêmio Papete 2020.

Durante a pandemia, criou também o “Alvorada – Paisagens e Memórias Sonoras”, inspirado nas tradições dos folguedos populares e lembranças musicais afetivas. O programa em set 100% vinil, apresentado ao ar livre, acontece nas manhãs de domingo, com transmissões ao vivo pelas redes sociais e Rádio Timbira.

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