Debora Reis lança “Histérica”

Poesias sobre a trajetória de superação de uma mulher marcam estreia da escritora maranhense

SÃO LUÍS – Dialogar sobre a trajetória de uma mulher em suas diversas fases, indo da infância à juventude e à vida adulta. Este é um dos pontos centrais de “Histérica – poesias de quem sobreviveu mulher” (editora Folheando), livro inédito de poesias da maranhense Debora Reis, que faz sua estreia em publicações literárias.

Em sua primeira publicação, Debora Reis estabelece em “Histérica” um marco temporal não só sobre sua história inicial como poeta, mas também sobre sua trajetória como mulher e fases que marcaram sua vida, indo dos relacionamentos amorosos aos casamentos, divórcio e maternidade.

No livro, a autora descobre novos caminhos em sua caminhada, e se desafia na construção de uma carreira no campo da produção literária. “A obra foi fruto de alguns anos de escrita, ao longo de períodos distintos. Vi nas letras um caminho para transbordar meus sentidos e angústias, e também, para me traduzir”, reflete Debora.

A decisão de reunir as poesias em uma obra poética surgiu em meados de 2021, virando um propósito pessoal da autora a partir do início de uma nova fase em sua vida.

“Histérica reúne poesias de uma mulher em meio a dores, em uma sociedade que naturaliza diversas violências de gênero. Ao compreender que, apesar de estar falando de si, de uma eu vulnerável, os poemas eram, na verdade, a realidade de muitas mulheres. Assim, a publicação ganhou novas motivações”, acrescenta Debora.

Desta forma, “Histérica – poesias de quem sobreviveu mulher” visa alcançar outras mulheres que podem se reconhecer nos enredos vividos pela autora, ao falar da dor que empodera quem fala e, também, da dor com outras que sofrem as mesmas violências e empodera também quem ouve.

“[‘Histérica’] é como um lugar de esperança e pretende nutrir a fé em dias melhores para as filhas, esposas, mães; enfim, para as mulheres”, conclui. O livro já está disponível no site da Editora Folheando, neste link: https://bit.ly/3OcNHhS.

Lançamento no Miolo Bar

Com produção d’A Casa da Mãe Joana, o lançamento de “Histérica – poesias de quem sobreviveu mulher” contará com uma programação especial: um sarau cultural no palco do Miolo Bar, na Avenida Litorânea, no dia 4 de agosto (sexta-feira), a partir das 20h.

Com couvert colaborativo, o evento, intitulado “Vida em estado de Arte”, contará com shows musicais de Giovanne Chaves (Forró do Mel), Luma Pietra, Marcelo Ferraro e PV Silveira, além de intervenções poéticas de Júlio César, Mariana Ferraz, Debs Poeta, Brenna Maria, Joana Golin, Goreti Freitas, Paulinho Nó Cego e, claro, da autora de “Histérica”, Debora Reis.

 “Histérica – poesias de quem sobreviveu mulher”

O livro “Histérica – poesias de quem sobreviveu mulher” é uma autobiografia, e trata da trajetória da autora em suas relações com o mundo, a família, os homens, e com um sistema criadouro de feminilidades servis, que subtraem as personas autênticas do corpo feminino e as submetem a um sequestro.

Nesse rapto, mulheres são tidas como “histéricas” e, nesse arrombo, não se reconhecem mais, não conseguem acessar seu corpo, sua mente, sua história, não são protagonistas, são objetos, expostas em prateleiras, assujeitadas nas mãos de quem as garantir uso.

O livro é dividido em três fases – a primeira delas, por exemplo, conota o reconhecimento do outro, quando mesmo sem planejar se vê com outras vidas dentro de si, e, nesse movimento, conhece a dupla servilidade imposta: de ser mulher e mãe. Na segunda etapa do livro, a autora fala de um amor Eros que escancara a objetificação do corpo feminino e denuncia a lança estendida nas mãos do(s) homem(ens) em um jogo viciado de um não-amor, travestido de amor romântico.

Já em sua última parte, a obra simboliza a infância de uma menina num mundo feito para a sua não-existência, com poemas que trazem, por vezes, uma memória in loco, visitando espaços físicos de um tempo remoto – outras, por outro lado, se apresentam como memória recriada nas sessões de terapia, nas saudades dos entes perdidos e nos espaços estranhos em que não se sabe o que é real ou sonho. Aqui, Debora Cordeiro convida leitoras e leitores a perceberem que, ao voltar à infância, há uma reinvenção da sua história, como na poesia “Serpente”.

Debora Reis

Ludovicense, Debora dos Reis Cordeiro nasceu em novembro de 1984 e é filha de pai maranhense e mãe sergipana, respectivamente Vivaldo e Angélica. Formada em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Mestra pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), atua no campo da educação desde 2008 – atualmente, é assessora pedagógica e professora na Faculdade Santa Terezinha (CEST).

Mãe de três crianças, Dimitri (9 anos), Théo (6 anos), e Amelie (3 anos), e atualmente em um relacionamento estável com Marcelo Ferraro, Debora Reis faz poesia desde que começou o seu letramento escolar, sendo entusiasta das palavras por todo seu percurso estudantil.

SERVIÇO

O quê: lançamento do livro de poesias “Histérica – poesias de quem sobreviveu mulher”, da maranhense Debora Reis, com edição especial do Sarau “Vida em estado de Arte”;

Onde/Quando: no dia 4 de agosto (sexta-feira), no Miolo Bar, na Avenida Litorânea, a partir das 20h;

Ingressos: couvert colaborativo.

Link para compra do livro: https://www.editorafolheando.com.br/pd-94d047-histerica-poesia-de-quem-sobreviveu-mulher.html?p=1&s=1.

 

 

 

(Da redação com informações da Assessoria)

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DIÁRIO DE BORDO NO JP

Vanessa Serra é jornalista. Ludovicense, filha de rosarienses.

Bacharel em Comunicação Social – habilitação Jornalismo, UFMA; com pós-graduação em Jornalismo Cultural, UFMA.

Atua como colunista cultural, assessora de comunicação, produtora e DJ. Participa da cena cultural do Estado desde meados dos anos 90.

Publica o Diário de Bordo, todas as quintas-feiras, na página 03, JP Turismo – Jornal Pequeno.

É criadora do “Vinil & Poesia” que envolve a realização de feira, saraus e produção fonográfica, tendo lançado a coletânea maranhense em LP Vinil e Poesia – Volume 01, disponível nas plataformas digitais. Projeto original e inovador, vencedor do Prêmio Papete 2020.

Durante a pandemia, criou também o “Alvorada – Paisagens e Memórias Sonoras”, inspirado nas tradições dos folguedos populares e lembranças musicais afetivas. O programa em set 100% vinil, apresentado ao ar livre, acontece nas manhãs de domingo, com transmissões ao vivo pelas redes sociais e Rádio Timbira.

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