“As Brasileirinhas” – Primeiro grupo feminino de Samba no Brasil de volta aos shows  

De volta às atividades presenciais, o primeiro grupo de samba formado somente por mulheres no Brasil, “As Brasileirinhas”, que este ano completa 29 anos de carreira, vai realizar uma roda de samba da melhor qualidade nesta sexta-feira, 13, no Restaurante Sal da Terra (Rua da Pimenta, n.1, Olho d´água), a partir de 20h. Um lugar super agradável, em meio à natureza, com amplo espaço e o melhor da gastronomia. E no domingo, elas tomam conta do Novo Butikin Recanto – Rua da Estrela – Praia Grande, ao lado da Escola de Música, a partir de 13h.

O grupo foi consagrado do Carnaval 2020 como tema do samba-enredo da Turma do Saco, no qual elas foram campeãs na Passarela do Samba. Vale lembrar, que “As Brasileirinhas” têm como Madrinha, a cantora e compositora carioca Leci Brandão.

Elas gravaram a música Chovia no Canavial de Zeca Baleiro, no LP Vinil & Poesia – Volume 1, também disponível nas plataformas digitais. E em dezembro irão realizar a quarta edição do Encontro Nacional das Mulheres na Roda de Samba, em São Luís, junto a outras grandes mulheres do cenário do samba local, homenageando Alcione.

A atual formação d´As Brasileirinhas é Rose Carrenho (percussão), Noely Moura (percussão), Helô Santana (voz e percussão), Lia Lobato (banjo e cavaquinho) e Mary Bass (baixo).

As Brasileirinhas – Grupo fundado no dia 13 de fevereiro de 1992, no bairro da Cohab, São Luís do Maranhão. Foi idealizado pela percussionista Rose Carrenho, que já possuía forte vivência na cena do Samba, e junto com a amiga, e parceira até hoje no grupo, a cantora e percussionista Helô Santana, juntaram-se com mais três integrantes e formaram o time que deu corpo ao primeiro grupo genuíno de samba composto somente por mulheres no Brasil.

Foram batizadas como “As Brasileirinhas” pela cantora e compositora Lecy Brandão, quando a carioca as conheceu numa ocasião na capital maranhense.
No Rio de Janeiro, foram acompanhadas pelo saudoso estilista Chico Coimbra a pedido da cantora Alcione, quando a mesma soube que o grupo estava na cidade para fazer um show na Pavuna, a convite da Escola de Samba Unidos da Ponte. Logo após, esse momento, Alcione incluiu uma participação especial do grupo em um show seu no Teatro Rival (Cinelândia), e diante da excelente crítica e público, elas permaneceram até o final da temporada. Em 1993, o grupo “As Brasileirinhas” esteve também com Alcione e a madrinha Lecy no palco da Turma da Mangueira durante o lançamento do samba-enredo da Escola naquele ano.

De volta a São Luís (MA), o grupo realizou show e diversas apresentações por toda a cidade, do centro histórico a zona rural, e também nos outros municípios do Estado. No Teatro Arthur Azevedo, estiveram mais uma vez com Alcione celebrando os 50 anos da Marrom, com espetáculo assinado pela direção musical de Jorge Cardoso. Logo em seguida, gravaram com ele o primeiro CD, com faixas que privilegiaram a produção maranhense e também clássicos do samba nacional como a música “Quando amor acaba”, de Marcelo Guimarães da Beija Flor (gravada com Alcione e pode ser acessada pelo YouTube). O disco contou a participação de músicos cariocas, como Tutuca Borba (tecladista do cantor Roberto Carlos) e maranhenses, Camilo Mariano (bateirista) e Arlindo Pipiu (contrabaixo). E foi distribuído pela Warner Discos, hoje, ainda disponível para venda, através do Mercado Livre.

“As Brasileirinhas” foram novamente para o Rio de Janeiro (RJ) participar da temporada do show “Valeu” de Alcione no teatro João Caetano. E também em São Paulo (SP) no Teatro Palace.

A música “Quando amor acaba” foi incluída na coletânea “Samba e Pagode “, vol.8, lançada pela Som Livre, trabalho que conta ainda com canções de Zeca Pagodinho e Martinho da Vila, disponível no catálogo da gravadora. Elas são as únicas do Samba no Maranhão a conquistar este espaço na discografia nacional.
De lá pra cá, o grupo se reestruturou e no ano passado, através do convite da sambista Dorina Barros, representaram o Maranhão na direção local do II Encontro Nacional de Mulheres na Roda do Samba, tendo como homenageada a cantora Leci Brandão. Inclusive, na ocasião, Leci renovou os votos como madrinha do grupo e destacou o lugar delas de pioneiras nessa história do protagonismo de mulheres no Samba.
Coroando este trabalho, aos seus 28 anos de carreira, As Brasileirinhas irão brilhar na Passarela do Carnaval 2020 como tema de samba-enredo do Bloco OrganizadoMocidade Independente Turma do Saco, da comunidade Codozinho. O samba foi composto por Chris Santana, Helô Santana e Emerson Araújo. Fato este que vem consolidar uma brava trajetória artística, com espaço legitimamente conquistado com muita fé em Deus, trazendo à tona a força feminina no Samba, quebrando todo o preconceito e velhos paradigmas.

 

AGENDA DE SHOWS:

As Brasileirinhas

Dia 13, sexta-feira, 20h, no Restaurante Sal da Terra – Olho d´água

Dia 15, domingo, 13, Novo Butikin – Praia Grande.

Mais informações: 98 98807 4221.

 

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DIÁRIO DE BORDO NO JP

Vanessa Serra é jornalista. Ludovicense, filha de rosarienses.

Bacharel em Comunicação Social – habilitação Jornalismo, UFMA; com pós-graduação em Jornalismo Cultural, UFMA.

Atua como colunista cultural, assessora de comunicação, produtora e DJ. Participa da cena cultural do Estado desde meados dos anos 90.

Publica o Diário de Bordo, todas as quintas-feiras, na página 03, JP Turismo – Jornal Pequeno.

É criadora do “Vinil & Poesia” que envolve a realização de feira, saraus e produção fonográfica, tendo lançado a coletânea maranhense em LP Vinil e Poesia – Volume 01, disponível nas plataformas digitais. Projeto original e inovador, vencedor do Prêmio Papete 2020.

Durante a pandemia, criou também o “Alvorada – Paisagens e Memórias Sonoras”, inspirado nas tradições dos folguedos populares e lembranças musicais afetivas. O programa em set 100% vinil, apresentado ao ar livre, acontece nas manhãs de domingo, com transmissões ao vivo pelas redes sociais e Rádio Timbira.

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